quinta-feira, 1 de novembro de 2007

O sucesso de Tropa de Elite causa polêmica nacional

Capitão Nascimento, personagem do baiano Wagner Moura.


Filme desperta temor e piedade nos brasileiros

Tropa de Elite é um dos grandes êxitos do cinema brasileiro. Seu sucesso foi garantido antes mesmo de estrear nos cinemas. O fenômeno deveu-se à pirataria no País, que já tinha posto cópias do longa nas ruas três meses antes do lançamento oficial.

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O filme, dirigido por José Padilha, mostra a dura realidade da polícia carioca nos anos 90. Nele é narrada a história do Capitão Nascimento (Wagner Moura), membro do BOPE, esquadrão que entra em ação quando a PM carioca não consegue controlar o tráfico na cidade do Rio de Janeiro.


José Padilha dividiu o filme em duas partes. Logo no começo do filme, ele utiliza o recuso da volta no tempo, deixando o espectador ansioso para ver o que viria pela frente. A segunda parte vem no decorrer da história, exibindo fatos reais da época.


O Capitão Nascimento é designado para chefiar uma operação que tem como objetivo combater o tráfico no morro do Turano. Tendo motivos para considerar o planejamento insensato, ele tenta convencer seus comandantes de que a operação não está bem preparada e pode acabar dando tudo errado. Seus superiores, porém, ordenam que ele prossiga e finalize a operação antes da visita do Papa, que pretende se instalar perto do local.


O Capitão vive, também, um conflito familiar. Sua esposa, Rosana, que está esperando o primeiro filho do casal, o pressiona a achar um substituto, pois ela tem medo de perdê-lo em uma das missões de alto risco.


O longa-metragem tem como foco mostrar as circunstâncias da vida brasileira, pois o roteiro é baseado em fatos verídicos. A atuação dos atores, a escolha das locações e o figurino, exibem a dura situação dos oficias do BOPE e da vida cotidiana carioca, mostrando a realidade nua e crua.


Tropa de Elite teve uma repercussão estrondosa. Ele toca simultaneamente em duas feridas profundas da sociedade brasileira: a violência e a corrupção. Isso gerou a oportunidade de se introduzirem na película discursos agressivos, causando impacto em qualquer espectador que já tenha passado por algum episódio do tipo mostrado pelo filme. O enredo funciona como um grande ato de catarse coletiva, provocando temor e piedade nos brasileiros sufocados com as dificuldades socioeconômica do País.


A opinião pública dividiu-se. Muitas pessoas ficaram chocadas com as cenas de violência exibidas e outras acharam que é aquilo a realidade brasileira. A opinião que tende a prevalecer é que o tráfico é realmente financiado pela sociedade, como é mostrado na cena em que alguns alunos ricos vendem e compram drogas dentro de uma faculdade.


É interessante que o filme mostre um Brasil cruelmente realista, a fim de que a sociedade desperte para a amplitude da nossa desigualdade e dos problemas que ela favorece, abrindo-se espaço para a discussão de medidas em prol de uma possível mudança desse quadro.


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